Qual o seu propósito?
Você já parou para pensar no porquê seu negócio existe? Definir o propósito de uma empresa é a arma secreta para motivar e inspirar as pessoas, que estão envolvidas em praticamente todos os processos organizacionais. Isso significa criar união e pertencimento, dar a elas um motivo maior para levantar todos os dias da cama, não só para “trabalhar” ou “pagar as contas”, mas contribuir na melhora do nosso mundo.
De modo geral, o propósito pode ser definido como a razão da existência das pessoas. Àquilo que ela está empenhada para gerar transformações ao seu redor.
É a razão principal para que a empresa exista no mercado, que muitas vezes pode estar escondida ou esquecida devido à quantidade de tarefas que devem ser feitas para manter a instituição em funcionamento.
Assim, embora todas as empresas tenham um propósito, nem sempre ele está claro para colaboradores e consumidores — o que se torna um problema, já que é mais difícil se diferenciar no mercado.
Por isso, o propósito funciona como um norte a ser compartilhado entre todos os stakeholders em forma de compromisso.
Por algo maior que nós.
As pessoas e empresas que são capazes de alcançar sucesso, inspirar e arrastar multidões são aquelas que sabem o “PORQUÊ” existem. O motivo pelo qual nasceram.
Grande parte das pessoas e empresas, sabem “O QUE” fazem no dia a dia, até, “COMO” fazem, mas poucas realmente sabem o “PORQUÊ”, a motivação, o propósito pelo qual realizam o que realizam. Ou simplesmente não possuem isso, e vivem na espera do quê e como.
Para gerar valor através de seu propósito, organizações precisam desenvolver pessoas e estruturar processos.
Precisamos saber o quê, como, e porque fazem o que fazem, assim poderemos impactar vidas e consequentemente produzir resultados positivos ao nosso redor.
Círculo Dourado.
Simon Sinek, o idealizador do conceito “Círculo Dourado”, ficou muito famoso ao falar a seu respeito em um TEDTALKS veja o link: https://www.youtube.com/watch?v=0-o25HhISiE e depois lançar um livro chamado “Comece pelo porquê.”
Ele trouxe a tona, essa perspectiva de como os grandes líderes inspiram pessoas através de uma comunicação que parte do porquê. E como ela é essencial para o sucesso das organizações.
O quê, como e por quê?
Antes que possamos explorar suas aplicações, deixe-me primeiro definir os termos, começando com o exterior do círculo e indo para o interior.
O QUÊ: toda companhia e toda organização no planeta sabe “O QUE” faz. Não importa se é grande ou pequena nem o campo de atividade.
Todo mundo é facilmente capaz de descrever os produtos ou serviços que sua companhia vende ou a função do cargo que desempenha dentro daquele sistema. “O QUÊ” é fácil de identificar.
COMO: Algumas companhias e algumas pessoas sabem “COMO” elas fazem “O QUE” fazem. Os COMOs são apresentados com frequência para explicar o modo pelo qual alguma coisa é diferente ou melhor.
POR QUÊ: Muitas poucas pessoas ou companhias conseguem articular com clareza “POR QUE” fazem “O QUE” fazem.
“POR QUE” sua companhia existe? “POR QUE” você sai da cama toda manhã? E “POR QUE” alguém deveria se importar.
O modo correto de comunicar.
Quando souber o seu porquê, a sua comunicação deve seguir de dentro para fora, ou seja, primeiro você explica o porquê você faz o que faz, depois como você faz e por último o que você faz.
Esse é o segredo para que você consiga inspirar as pessoas e fazer com que elas tomem atitudes.
As pessoas não compram o que você faz, mas o porquê você faz.
Simon vai além e revela que existem apenas duas formas de influenciar o comportamento das pessoas:
- Exercendo a manipulação (reduzindo preço, fazendo promoções etc);
- As inspirando.
De forma prática, imagine que você está querendo comprar um novo computador pessoal. E você se depara com duas comunicações:
Esse é o novo PC XTZ, um computador de ótima eficiência, com os melhores processadores do mercado, ele proporciona um ótimo desempenho, com um bom custo benefício. Através de uma engenharia criativa e bem elaborada é capaz de te proporcionar uma ótima experiência durante seu trabalho e atividades do dia a dia.
Esse é um exemplo claro de uma comunicação que parte do “O QUE” o produto tem a oferecer, o que ele dá e proporciona ao cliente. É uma comunicação que não gera pertencimento, conexão e fidelidade a uma marca. De modo que se em algum momento um concorrente apresentar um computador com melhores preços, e bom desempenho, você estaria de acordo em trocá-lo.
Agora vamos para uma lógica diferente. Partindo do porquê:
- Nós acreditamos no desafio do status quo, no poder que as pessoas possuem de mudar as circunstâncias à sua volta. Projetamos computadores com os melhores componentes do mercado, com um ótimo design e desempenho. Proporcionando aos seus usuários uma experiência única e de alta performance, capaz de te levar a um novo nível de conexão com suas ideias e criatividade.
Bom, qual você preferiria comprar? Nesse segundo caso, reconhece essa comunicação? É a maneira na qual a Apple vende seus produtos. Talvez esteja explicado o seu sucesso e a marca mais valiosa do mundo.
Cremos que através disso, as pessoas não compram apenas um produto, mas uma ideia, um sentimento, de pertencer a algo único, de pessoas criativas, modernas e que estão imprimindo uma diferença no mundo.
Além disso, não fazem as aquisições pelo “O QUÊ” você vende, mas sim “POR QUÊ” você vende. Ter uma causa ou propósito e seguir firme com ele é o que te faz se tornar um verdadeiro inspirador do mercado e das pessoas.
Quando paramos para analisar grandes líderes, pessoas que arrastam multidões, vemos esse tipo de comunicação e propósito bem definidos.
Um belo exemplo é Martin Luther King, que nascido na Geórgia, era negro, foi pastor protestante e ativista político estadunidense. Ele foi líder do movimento pelos direitos civis nos EUA.
E no dia 28 de agosto de 1963 Martin Luther King Jr discursou para aproximadamente 250 mil pessoas, nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington, sobre o sonho de ver uma sociedade em que todos fossem iguais sem distinção de cor e raça.
E seu famoso discurso “I have a dream” foi proferido.
“Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade….”
Veja o vídeo completo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=yz0TjhINctI
Vemos um propósito genuíno, uma causa que ele estava disposto a lutar e morrer por ela. Esse tipo de comunicação e propósito é capaz de inspirar e sensibilizar pessoas de uma maneira única.
Assim esse discurso foi um marco para a luta contra a segregação racial dos EUA.
Mas então, como levar isso para minha vida e meu negócio?
Tenha consciência clara do seu PORQUÊ
Tudo começa pela clareza. Você precisa saber POR QUE faz O QUE faz. Se as pessoas não compram O QUE você faz, mas POR QUE o faz e você mesmo não sabe qual é o seu propósito, como qualquer outra pessoa vai saber?
Se o líder de uma organização não é capaz de formular claramente POR QUE ela existe em termos que vão além de seus produtos ou serviços, como podem esperar que saibam POR QUE ir para o trabalho?
A ação de inspirar começa com a clareza do PORQUÊ.
Mantenha a disciplina do COMO.
Uma vez que você sabe POR QUE você faz o que faz, a questão é COMO você vai fazê-lo. Os COMOs são os valores ou princípios que guiam como dar vida à sua causa. COMO fazemos coisas manifesta-se nos sistemas e nos processos dentro de uma organização e em sua cultura.
Compreender COMO você faz as coisas e, mais importante, ter a disciplina de manter a organização e todos os funcionários responsáveis por esses princípios, reforça a capacidade de uma organização de trabalhar em prol daquilo em que é naturalmente forte.
Continue com a consistência de O QUÊ
Tudo o que você diz e faz tem que provar aquilo em que acredita. Um PORQUÊ é uma crença. Os COMOs são os processos e estruturas usados para realizar essa crença.
E os O QUÊs são o resultado dessas ações – tudo o que você diz e faz: produtos, serviços, marketing, ações de relações públicas, cultura e quem você contrata.
Para ilustrar, imaginemos um pintor, que possui um conceito de quadro que quer ser pintado, essa visão, aquilo que ele deslumbra colocar em sua tela, podemos fazer uma analogia com o porquê.
Os materiais, pincéis, quadros, e toda sua técnica e habilidade, se trata do modo COMO ele tornar a sua visão real.
E na prática, o ato em si, de passar o pincel na tinta, e pintar a tela, é O QUE ele faz.
Como descobrir o seu PORQUÊ?
O PORQUÊ não vem de se olhar à frente para o que você quer alcançar e de imaginar uma estratégia para chegar lá. Não nasce de nenhuma pesquisa de mercado.
Não vem de extensas entrevistas com consumidores ou mesmo com funcionários.
Saber o seu PORQUÊ se trata de um processo de autoconhecimento, de descoberta sobre você mesmo, e não de invenção. Toda organização capaz de gerar inspiração, começaram com uma pessoa, ou um grupo seleto, que tinham como objetivo viver por algo maior que elas.
Na allus, acreditamos que o propósito organizacional é um princípio norteador e extremamente importante para guiar todas as ações empreendidas pela empresa. Assim, elas sempre passarão pelo crivo: “Isso está alinhado com nosso propósito?”. – Pedro Vassallo
A verdade é que muitas empresas começaram seus negócios, sem esse princípio bem definido, mas ele faz parte de sua fundação, e de algum modo está presente. O trabalho a ser feito, é extrair ele de forma completa, envolvendo todos os setores e níveis da empresa.
Uma boa dica para começar esse processo, é listar o que seu produto ou serviço gera de bom, e transformação na sociedade.
E o mais importante é extrair e captar esse porquê, seja na situação que for, sempre começa de um ponto: você.
Qual o seu propósito?
Até mais.
